quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Por enquanto minha trilha é Nelson Cavaquinho e Damien Rice

Semaninha amarga.

Seu Giba morreu,
Meu pai é pré-diabético,
Li o Primeiro Amor do Beckett.

Um gosto amargo.Hoje me visto de  cinza.

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Fiz a minha programação para 2011 mas é tudo tão efêmero, este lance de "um dia de cada vez" ás vezes dói,

Dói mais que o não que eu sei e não vem.

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Luiz Eduardo Soares: A crise no Rio e o pastiche midiático

Lucidez e profundidade na análise da crise no Rio!
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Luiz Eduardo Soares: A crise no Rio e o pastiche midiático: "Sempre mantive com jornalistas uma relação de respeito e cooperação. Em alguns casos, o contato profissional evoluiu para amizade. Quando a..."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vinte e Nove!

Partiho um trecho da resposta do e-mail que enviei para a minha amiga Manu, contando sobre o meu aniversário.
Tive um aniversário  bem diferente,  estava muito triste pela ausência de  algumas respostas , mas ao receber os cumprimentos :
Os e-mails,
Abraços,
Das pessoas lembrarem o que eu tenho de bom (no dia a dia a gente acaba esquecendo rsrs) e se alegrarem pela minha vida!
Do carinho da minha família,
 Da simplicidade amorosa do bolo surpresa da minha mãe,
O Parabéns desafinado e animado dos de casa;
Do poema da minha tia,
Da surpresinha dos amigos do trabalho,
 O Telefonema do meu primo que está em Manaus,
 As ligações de amigos, parentes... Algumas ás 23h45, desesperados!rsrs
 As mensagens no celular,
Recadinhos no facebook,
 Os e-mails lindos da Manu , Bianca e Carol,
A visita do meu padrinho (que nunca esquece as minhas flores),
O Abraço apertado do meu pai de do meu irmão;
 Do Encontro com o Senhor na Adoração!
Fiquei emocionada e me senti muito amada.
Fui dormir com a certeza que é  bonito viver !
E muito feliz por Deus ter renovado esta oportunidade.
Gracias a la Vida de Violeta Parra por Mercedes Sosa!

http://www.youtube.com/watch?v=WyOJ-A5iv5I

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

SANKOFA*

*Palavra usada pelo povo Akan (grupo étnico de Gana e Costa do Marfim) significa voltar ao passado para resignificar o presente. O símbolo é baseado em um pássaro que voa para frente com a cabeça virada para trás.
Passei o 20 de novembro na cidade de Coronel Xavier Chaves em Minas Gerais, com meu irmão, Jorge e Wilton... Fomos apresentar o “Cena Crioula” nas Festividades do Dia da Consciência Negra.
O Cena Crioula é um espetáculo de dança contemporânea no qual apresentamos elementos da cultura afro-brasileira.
Coronel Xavier Chaves, sul de Minas, aproximadamente 3.000 habitantes... Povo bonito, acolhedor, simples, grande!
Meus avôs maternos e paternos são do Sul de Minas... Voltei ao ponto de partida, fiz o Sankofa, bebi da fonte.
Entrei em contato com a raiz,humildade ,força e simplicidade.
Como foi bom ter estado lá!
E como tudo acaba em versos...Apresento uma poesia do Mooslim,tomei a liberdade de dar alguns pitacos(em negrito)!

Em mim, Zumbi está redimido
E o espírito anda tranqüilo pela noite sem temer o escuro;
Em mim, as lendas são verdades
Como obras de arte bonitas de se ver
Saci Perere senta e cruza as pernas
O boi não tem cara preta na cantiga de ninar
Em mim tristeza não faz morada, pois Nzinga vem comigo conversar
E malungos se reúnem pra Kizomba começar;
Em mim, ressuscita Cruz e Souza
Seu lima vive lúcido,
Sobra incessante o Solano, Vento forte africano
Em mim, enfim
Nossa História tem começo e a estória de opressão, discriminação e preconceito tem fim!
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Negro!
O portador...
Dá continuidade...
O que rememora...
Continua a História.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Conexão Performance - Estréia

Primeiro Passo do meu irmão Claudio e meu na Dança Contemporânea.



#CONEXÃO_PERFORMANCE

Experimentação a partir de registros fotográficos e videográficos captados
por telefones celulares ou webcams, em que cada participante explora e
comunica sua realidade física (material), mediada por uma balança
ergométrica e a veiculação on line.

A ideia é que aconteça uma performance e o público possa gravar
(gerar) imagens de foto e vídeo na expectativa de depois postar
(disponibilizar) na web. Em tempo real, o público tb interage com o
espaço e será filmado para gerar uma outra imagem. Tudo será muito
rápido, apenas 20 minutos.

21/10 (quinta-feira) às 20:30h, no Hall do Espaço de Leitura - 3º andar
22/10 (sexta-feira) às 20h, na sala de internet - 1º andar
Ficha Técnica_
Artista visual: Wilton Garcia
Direção cênica: Jorge Balbyns
Intérpretes: Cláudia Adão
Cláudio Adão

SESC - Consolação
Rua Vila Buarque, 245


Wilton Garcia
http://wilton.garcia.zip.net
http://twitter.com/w_garcia
http://www.flickr.com/photos/wiltongarcia

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eleições Presidenciais


Manipulação, apelação e terrorismo religioso não combinam com democracia.


Deveríamos discutir o Programa de governo e o Projeto político dos candidatos a presidência.


O baixo nível destas eleições está repugnante, o clima está tão pesado que coibi até a manifestação de intenção de voto em determinados ambientes.


Eu vou votar na Dilma e não é porque eu acho o Serra feio, não estou aqui pedindo para você votar nela também, mas provoco um exercício de reflexão, principalmente se você vem me repassando e-mail chato e reacionário. Por que eu voto em determinado candidato?Porque a Veja ou a Folha me indicou?Porque o Pastor ou o Padre mandou?Por causa da orientação sexual do candidato ou o número de vezes que ele vai à missa?Em minha opinião estes motivos são superficiais.


Votar exige uma ação reflexiva, vejo as propostas, referenciais, reflito sobre elas e voto. Sei que é mais fácil repassar e-mail sem se dar ao trabalho de um comentário ou uma reflexão!


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Escuta aqui. ABORTO




No último mês, recebi inúmeras mensagens a favor da vida, falando-me de religiosidade e que eu não devia votar em Dilma por ela ser a favor do aborto. As mensagens me avisavam que ela tem a predisposição pessoal de discutir a questão do aborto e queriam me alertar sobre esse fato e que por isso, quem a enviou, não votaria em Dilma, votaria portanto em José Serra.


Escuta aqui, você sabia que foi o Ministro da Saúde José Serra que assinou a "Norma Técnica" que autoriza o SUS (Sistema único de Saúde) a praticar o aborto em casos específicos? Essa "Norma Técnica", assinada pelo Ministro da Saúde José Serra foi editada em 09 de novembro de 1998; trata-se de uma aspiração antiga dos abortistas: autorizar o aborto via Poder Executivo, uma vez que a tramitação dos projetos de lei pelo Poder Legislativo é lenta demais e encontra muitos obstáculos sociais.



Esta Norma Técnica autorizando o aborto até o 5º mês de gestação já é praticada pelo SUS, basta um Boletim de Ocorrência alegando estupro e nenhum exame de "corpo de delito" da vítima: portas abertas para as fraudes. Pesquise para saber mais, pode fazer bem para o seu voto.



Não se trata aqui de defender o aborto ou condená-lo - acredito que ninguém o defenda sem nenhum tipo de controle - trata-se de opor a verdade à uma campanha meramente mentirosa da qual você fez parte - se me enviou essas mensagens. Pesquise para comprovar, é só procurar, é fácil.



O que diferencia Dilma de Serra é que ela já manifestou que poderia discutir o aborto com o conjunto da sociedade se o tema fosse proposto pelos segmentos sociais interessados; Serra, ao contrário, criou sem qualquer consulta aos segmentos sociais uma "Norma Técnica" que permite a prática do aborto pelo SUS. É uma ação concreta que permite o aborto pelo SUS.



O que diferencia Serra de Dilma, é que o PT - que tantos repudiam - não usou essa "Norma Técnica" que autoriza o aborto como arma de campanha contra seu autor - José Serra - por entendê-la dentro de parâmetros aceitáveis. Pense a respeito.








Escuta aqui. CENSURA




Nos últimos anos recebi inúmeras mensagens falando-me da censura e das tentativas do Governo Lula de controlar a mídia. Recebi um texto em que se dizia que Arnaldo Jabor foi demitido da CBN a pedido de Lula. Hoje, todos já sabem que isso é mentira; ele não foi demitido, pediu afastamento de lá e de outros compromissos para dirigir seu filme que já está em cartaz. Ruim, como os demais. De toda forma, em nome da Liberdade de Imprensa, as mensagens queriam me alertar sobre o perigo do governo Lula e do PT e que por isso - quem a enviou - não votaria em Dilma, votaria portanto em José Serra.



Escuta aqui, você sabia que a proposta de Controle Social da Mídia que está sendo discutida já é praticada em países como França, Inglaterra, Portugal, Canadá, Suécia, EUA e que ninguém diz que esses países têm censura ou são ditaduras? Você sabia que as gordas contas de propaganda do Governo permaneceram as mesmas em veículos como Estadão, Folha e Veja mesmo após a onda partidária de escândalos inventados por esses veículos? Você sabia que aparte toda boataria só há dois casos de demissão comprovada por motivos político-eleitorais: Heródoto Barbeiro da TV Cultura e Maria Rita Kehl do Jornal o Estado de São Paulo, ambas promovidas por José Serra?






Não se trata aqui de defender qualquer tipo de censura - ninguém pode ser a favor de qualquer censura - trata-se de opor a verdade à uma campanha meramente mentirosa da qual você fez parte - se me enviou essas mensagens. Pesquise para comprovar, é só procurar, é bem fácil.





Diz a demitida Maria Rita Kehl: " Acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado... a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião."



O que diferencia Dilma de Serra é que ela tem realmente todos os motivos para reclamar da imprensa por toda difamação que já foi perpretada contra sua honra  ,mas em nenhum momento ela cogitou usar seu poder na Casa Civil para calar a imprensa; Já, José Serra, exigiu a demissão de Heródoto Barbeiro por este questionar-lhe sobre os pedágios em São Paulo e Maria Rita Kehl por opinar que os "pobres podem e devem votar em quem fez mais por eles". Pense a respeito







E-mail encaminhado por Fábio Brasil - fxbrazil@caleidos.com.br

obs.: eu chequei antes de postar!


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cartas a um jovem poeta

Rilke é um dos meus escritores favoritos, no livro Cartas a um jovem poeta um rapaz está em crise vocacional não sabe se segue a carreira militar ou torna-se um poeta, começa a escrever cartas para Rilke pedindo auxilio.
 Este livro é mais que um “coach”, fala de busca, paciência, amor, verdade e vocação e o melhor não é um livro de “auto-ajuda”!rsrs

Partilho o meu trecho predileto!

 Cartas a um jovem poeta


"Nem tudo se pode saber ou dizer, como nos querem fazer acreditar. Quase tudo o que sucede é inexprimível e decorre num espaço que a palavra jamais alcançou.

O seu olhar está voltado para o exterior. Só existe um caminho: penetre em si mesmo e procure a necessidade que o faz escrever. Fale das suas tristezas e dos seus desejos, dos pensamentos que o tocam, da sua fé na beleza. Diga tudo com sinceridade e calma.

Se o quotidiano lhe parece pobre, não o acuse: acuse-se a si próprio de não ser muito poeta para extrair as suas riquezas.

E se vierem versos deste regresso a si próprio, deste mergulho no seu cosmo, não pensará em indagar se são bons ou ruins, porque desfrutará deles como de uma posse natural, como de uma de suas formas de vida e expressão. Mergulhe em si próprio e sonde as profundidades de onde jorra a sua vida. Talvez chegue à conclusão de que a Arte o chama. Pode suceder que, depois desta descida em si mesmo, ao âmago solitário de si mesmo, tenha de renunciar a ser poeta.

Não lhe seria possível perturbar mais violentamente a sua evolução do que dirigindo o seu olhar "para fora", do que esperando "de fora" as respostas que apenas o seu sentimento mais secreto, na hora mais silenciosa, poderá talvez proporcionar-lhe.

Os trabalhos de arte são de uma solidão infinita. Só o amor pode prendê-los, conservá-los, ser justo com eles. Dê sempre razão ao seu próprio sentimento,. Mesmo que se iluda, o desenvolvimento natural da sua vida interior conduzi-lo-á, aos poucos, com o tempo, a um outro estado de conhecimento. Deixe que os julgamentos tenham a sua evolução natural, silenciosa. Não se oponha a esta evolução que, como todo o aperfeiçoamento, deve vir do âmago do seu ser e não pode suportar coação nem pressa.

Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa vir. Aprendo todos os dias a custa de sofrimentos que abençôo: a paciência é tudo.

Se estender o seu amor a tudo o que vive, então tudo lhe será mais fácil, tudo lhe parecerá mais harmonioso e, por assim dizer, mais repousante.

Esforce-se por amar as suas próprias dúvidas, como se cada uma delas fosse um quarto fechado, um livro escrito em idioma estrangeiro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Viva la Vida! Gracias a la Vida!

Muitas coisas têm  acontecido e sinto que tem aumentado em mim a sensibilidade para percebê-las.
Posso dizer que nos últimos três anos eu tenho degustado a vida, confesso que às vezes com um pouco de receio e insegurança, mas estou vivendo.
Tento fazer o exercício de ser criança e colher tudo com o coração aberto, aprendendo com cada experiência, a maior de todos tem sido redescobrir Deus dentro do meu coração, ter intimidade com ele e ao mesmo tempo comigo, rezar a vida.
É bom e ao mesmo tempo doloroso o exercício de olhar para dentro e encarar os príncipes e monstros do coração, tentar mudar, melhorar,  abrir-se  para o novo e não se perder.

Meus planos para o futuro? VIVER com amor e com o coração aberto.
Meus desejos? Que o dia a dia nunca deixe de ser uma novidade, que eu não tenha vergonha de ser quem eu sou ,assumir minhas escolhas e que meu coração sempre escute a voz de Deus.

"Estou aprendendo a ver, e sei o que provoca isso, tudo penetra mais fundo em mim e não pára no lugar que costumava terminar antes, tenho um interior que ignorava agora tudo vai dar e não sei o que acontece”
 (Rainer Maria Rilke)

Partilho uma linda canção da Lauryn Hill que tem uma  mensagem que pra mim é muito significativa:
"But deep in my heart, the answer it was in me,
And i made up my mind to define my own destiny"
Tradução:Mas no fundo do meu coração, a resposta estava em mim,
E eu fiz a minha mente para definir o meu destino.

 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Educação resolve tudo!

A Educação[1] resolve tudo!

Esta foi a afirmação de uma colega durante uma acalorada discussão que tivemos sobre os direitos sociais. O contexto foi esse: Esta colega me repassou um e-mail intitulado “kit do brasileiro”, o qual insinuava que o “excesso” de direitos sociais no Brasil só beneficiava vagabundo e quem paga os seus impostos não tem direito a nada, seguem alguns exemplos:

Tá desempregado?*
O governo dá Bolsa Desemprego

Teve filho?*
O governo dá o Bolsa Família..

Não tem terra?*
O governo dá o Bolsa Invasão e ainda te aposenta.


Imagine! Respondi o dito cujo “babando”, escrevi dentre outras coisas que devemos refletir a quem interessa o fim dos direitos sociais (muitos dos quais nem são exercidos integralmente), a resposta que recebi é o titulo deste texto.
Como o uso desta justificativa é recorrente e eu não concordo que o investimento em Educação isolado de outras seja suficiente para resolver a questão da desigualdade no Brasil, resolvi postar este texto com algumas reflexões acerca deste assunto.


É consensual a importância da Educação para  a construção de uma sociedade igualitária,democrática e sustentável.
A Educação é um direito social, previsto pela Constituição Federal Brasileira de 1988 no artigo 6º dentro do   Título sobre Direitos e Garantias Fundamentais :

 “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, a previdência social, a maternidade, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”

No Brasil a Lei de Diretrizes e Bases reafirma o direito á Educação e estabelece as diretrizes e bases do Sistema Educacional brasileiro.
Apesar de todas estas garantias a Educação no Brasil ainda não se constitui efetivamente como um direito social universalmente garantido.
O Sistema público de ensino não garante com quantidade e qualidade este direito,  Sergio Haddad[2] em artigo escrito para o Le Monde Diplomatique Brasil,diz que apesar de ter havido um aumento do número de matrículas na Educação Básica e um incremento dos anos obrigatórios de ensino, a universalização do atendimento escolar ainda não ocorreu e que segundo dados do MEC[3] de cem alunos que ingressam na Educação Básica somente 59 terminam a 8ª  série do Ensino fundamental e apenas 40 chegam ao final do Ensino Médio, este dado denota que aumentar o acesso  não garante a permanência dos alunos na Escola,o que provoca um exclusão educacional, não pela ausência de vagas, mas pela incapacidade de garantir condições para que estes alunos adquiram a  escolaridade.

A construção de um sistema  nacional de educação que atinja toda a população  brasileira com a mesma qualidade, respeitando as diversidades regionais e dos grupos sociais é uma das maiores demandas dos nossos dias.
A democracia educacional está condicionada a democracia social.
O que estou dizendo é que as condições de desigualdade se reproduzem na Educação e que esta por si só não é capaz de alterar estas condições e pode até reforçá-las no sentido que hoje é oferecida uma escola pobre para os pobres.
O combate as causas das condições que geram desigualdade deve caminhar junto com o investimento educacional.
 O padrão excludente de repartição da renda e da riqueza  não apresentou mudança substancial ao longo da História  do Brasil, em todas as fases (Colonia,Imperio e República), poucos  ficam com muito e muitos permanecem  com pouco, como afirma  [4]Marcio Pochmann :
“Os dados disponíveis e confiáveis indicam a persistência estrutural do jogo da distribuição pessoal da renda e da riqueza, mesmo quando ocorre o aparecimento de novos jogadores. Os 10% mais ricos da população impõem, historicamente, a ditadura da concentração, pois chegam a responder por quase 75% de toda riqueza nacional. Enquanto os 90% mais pobres ficam com apenas 25%.”

Daí a exclamação inicial vira indagação: A Educação resolve tudo? Entendo que sozinha não!
Nota:
Túnel do Tempo
Os sistemas públicos de Educação que tem como pressuposto o ensino universal, gratuito e obrigatório foram criados após as Revoluções burguesas (Revolução Industrial, Revolução Americana e Revolução Francesa), como forma de atender a necessidade por mão de obra mais qualificada e a reivindicação dos trabalhadores que queriam estudar, mas este Sistema não eliminou a dicotomia – escola boa, para ricos e escola precária para os pobres. Três séculos se passaram e as coisas não estão muito diferentes. Curioso né?!



[1] Educação Escolar
[2] Lê Monde Diplomatique Brasil –maio 2008 in Educação e Exclusão
[3] MEC INEP,Censo Escolar 2004

[4] Le Monde Diplomatique – outubro 2007 in O País dos Desiguais

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SERESPAPERCONFI!

Elena, minha prima, foi diagnosticada com câncer nos pulmões com metástases no fígado, abdômen e baço, hoje ela está sedada no hospital e os médicos disseram que a situação é gravíssima. Ela  tem 65 anos é mãe da Glauce e avó da Laís, minha afilhada.
Fui visitá-la no hospital e me senti impotente por não ter uma palavra de esperança ou conforto para oferecer , mesmo assim, ela ficou contente por me ver.
Esta situação me faz perceber que Deus nos usa como instrumentos para se fazer presente nos momentos de sofrimento,quando não há palavras,Deus fala através da nossa presença.
Lembrei-me de um conto que li quando tinha 12 anos, Serespaperconfi do Pedro Bandeira, na estória a Marina, protagonista, usava os verbos de ligação da Gramática Portuguesa - SER/ESTAR/CONFIAR/PARECER/PERMACER/CONFIAR e FICAR para ilustrar a Renato, garoto pelo qual estava apaixonada, a forma como desejava se relacionar com ele era o SERESPAPERCONFI.
Atualizo o SERESPAPERCONFI para a minha realidade:
Se os verbos de ligação ligam o sujeito ao que lhe qualifica, ou seja, o predicativo, eu (sujeito) também desejo me ligar á aquele que sofre, ao que precisa de mim, a este próximo que me qualifica e me faz ser mais pessoa.
Seu não me ligo ao que sofre estou desligada da vida e de Deus.
Hoje me ligo a você Elena:
Eu quero Ser com você;
Estar com você;
Parecer com você;
Permanecer com você;
Confiar em você
E ficar com você.
Serespaperconfi!

 Nota: Os verbos de ligação indicam o estado e a essência do sujeito, achei interessante, pois os verbos costumam indicar ação, a qual pode ser algo passageiro, diferente do que é essência e o estado do SER...Poxa! Como a gramática pode ser bonita!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vídeo Mestre-Sala e Porta-Bandeira

O Camisa Verde fez 57 anos no dia 4 de setembro!
Apresento um vídeo no qual meu irmão e eu falamos da alegria e responsabilidade que é ser mestre-sala e porta-bandeira!
Ao Camisa agradecemos a oportunidade de viver este serviço!
Alô Camisa!Salve!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

História das Mulheres Negras do Brasil

Estou lendo o livro História das Mulheres Negras do Brasil de Schuma Schumaher e Érico Vital Brasil o qual conta a história de luta e resistência de diversas mulheres negras em diferentes épocas do Brasil.
Foi um “frisson” quando cheguei em casa com o livro,mostrei-o para minha família fizemos memória das nossas mulheres (avós,tias,primas) ,lembramos de estórias,dores vitórias e ensinamentos. Pensei em mim, quantas mulheres desde a minha ancestral na África viveram,lutaram e morreram para eu estar aqui hoje?Como foi a vida delas?Pelo que passaram?Este livro está me ajudando a valorizar a luta das mulheres negras da minha família e do meu país, eu me senti mais forte, mais mulher, mais cidadã, mais Claudia.

Globalização,Milton Santos e Pe Dehon!

“Antes mundo era pequeno, porque terra era grande ,hoje mundo é muito grande porque terra é pequena”(Gilberto Gil)



Entendo que não é possível pensar em ser missionário sem a compreensão do mundo em que vivemos, há mais de 1 seculo Padre Dehon já tinha cantado a bola ,ele olhou para a realidade social e percebeu que a ação pastoral que fazia não atingia as pessoas de forma efetiva, Dehon questionou-se sobre o que Cristo faria se vivesse em sua época e a partir do Coração de Cristo teve suas respostas e para colaborar na construção do Reino de Deus escolheu os trabalhos com os quais poderia contribuir para a formação integral da pessoa humana.
Pe Dehon orou,olhou a sua volta,questionou e respondeu.O que reforla a importância de estar atento ao mundo em que vivemos!
Proponho que façamos o exercício de olhar-ver a nossa realidade,a aprtir do entendimento do grande fenômeno do nosso tempo..a Globalização!

A Primeira Globalização ocorreu nos séculos XV e XVI com as grandes Navegações (Colonialismo). A Segunda Globalização efetivou-se no século 20 com o fim do socialismo no Leste Europeu e com o Neoliberalismo .
A Globalização é um novo ciclo do desenvolvimento do capitalismo em que a internacionalização da economia atinge o seu estágio supremo. A produção e informação globalizadas (possibilitadas pelo progresso técnico por via do desenvolvimento científico e tecnológico) são os principais símbolos deste período. Ambas permitem lucro em escala mundial para as transnacionais que tem suas sedes nos países desenvolvidos, a produção de seus produtos é fragmentada sendo realizadas por suas filiais espalhadas pelos países que oferecem mão-de-obra mais barata, menos tributos e incentivos fiscais por parte dos Governos.
Com a Globalização ocorre a interligação econômica, política, social e cultural das regiões do mundo, este processo ocorre em diferentes escalas e possuiu conseqüências distintas entre os países,as nações ricas são as que tem mais benefícios.

No livro “Por uma outra Globalização” o geógrafo Milton Santos trabalha três conceitos muito interessantes,os quais permitem uma análise mais profunda deste fenômeno.Milton diz que estamos imersos em três mundos:

Um mundo fabricado e imposto – A Globalização como fábula

Nesta fábula, o progresso tecnológico faz com que o mundo se torne uma aldeia global, na qual as distancias são reduzidas e todos têm acesso ao conhecimento, informação e desenvolvimento social, econômico e tecnológico. Fala-se do planeta integrado e sem fronteiras

Mundo real – Globalização com perversidade

Esta análise questiona se todos têm acesso á informação, ao conhecimento e as novas tecnologias.
O progresso técnico, e as conquistas científicas não são adequadamente usados, pois não são democratizados a todos, sendo aproveitados por um “pequeno número de atores globais” (os grandes bancos e empresas transnacionais, alguns Estados e grandes organizações internacionais em benefício próprio).
Diz-se Globalização perversa por produzir mais desigualdades e centrar-se no dinheiro e no consumo ao invés do homem. Há a distribuição de mais pobreza para os pobres e concentração de mais riqueza para os ricos.
Vemos a massa de famintos, desempregados e sem acesso ás condições dignas de sobrevivência, que por não compor o mercado consumidor mundial são descartados.


Um mundo possível – Uma outra globalização

Esta outra possibilidade de Globalização, centrada no homem, entende que existem condições técnicas adequadas para produzir um mundo para a dignidade humana, mas que estas técnicas precisam ser democratizadas.
Fala-se de movimentos, organizações sociais que usam das tecnologias e mobilizações para reivindicar direitos, democratizar conhecimento e informação e questionar a ordem estabelecida.
Grande parte destas ações não é divulgada pelos grandes veículos de comunicação, mas são sinais de que novos tempos podem vir.
Entendo que este outro mundo possível, apresentado por Milton Santos, vai de encontro com o projeto do Reino de Deus, do mundo da fraternidade, da liberdade e do amor o qual valoriza a pessoa humana.

“É necessário apresentar a pessoa humana como centro de toda vida social, cultural, resultando nela: dignidade de ser imagem e semelhança de Deus e a vocação de ser filhos no Filho (DA-480)”

E como este assunto é um saco sem fundo, deixo algumas indicações para aprofundamento do tema:



Livro: Por uma outra Globalização – do pensamento único á consciência universal – Milton Santos
Era dos Extremos: O breve século XX-Eric Hobsbawm – Este livro é ótimo para entendermos melhor o século XX!
Documentário: The Corporation – Mark Achbar,Jennifer Abbott e Joel Bakan
Documentário: Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global visto do lado de cá – Silvio Tendler

Mudança de Endereço!

Me mudei para a floresta!

"Eu fui à Floresta porque queria viver livre. Eu queria viver profundamente, e sugar a própria essência da vida... expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia vivido".
Henry David Thoreau

E a minha saia caiu!

A Escola de Samba a sua importância como núcleo de cultura e resistência do povo negro e o processo de segregação deste no carnaval e nas escolas de samba são questões que se tornam para mim ainda mais provocadoras por eu ser porta-bandeira de uma Escola Tradicional como o Camisa Verde e Branco, a qual deu um contribuição imensurável para o samba e para a preservação desta forma de resistência negra.

O desfile do carnaval de 2008 foi desafiador....minha saia caiu bem em frente ao jurado,foi constrangedor e esta é uma das piores coisas que podem ocorrer a uma porta-bandeira ,mas naquele momento pude pensar sobre o significado de ostentar o Pavilhão de uma Escola de Samba....

O Pavilhão do Camisa representa toda a comunidade e todo o patrimônio material e imaterial da Escola,representa os nossos ancestrais africanos,os fundadores da agremiação,os que apanharam da policia,os que foram perseguidos,humilhados mas que resistiram,o Pavilhão representa a Historia da Escola de Samba e de todos que fazem parte dela.

Quando a minha saia caiu eu tinha duas opções parar e chorar ou continuar dançando..optei por continuar mesmo sabendo que nós tínhamos perdido pontos e que para o jurado não iria fazer muita diferença..continuei porque não desfilamos só para os jurados (mesmo sabendo que a nota é importante)desfilamos pela e com a Escola e o valor do que fazemos é maior do que qualquer nota.

Considero que o significado de uma agremiação carnavalesca deve perpassar o dia do desfile,a transmissão da Rede Globo,as notas dos jurados,o sambódromo e a gana por lucros, ainda sou porta-bandeira porque acredito no legado deixado por Dona Sinhá,Dionísio Barbosa,Tio Helio Bagunça, Dona
Zefa,Seu Chiclé,Geraldo Filme,Candeia,Sr Gabi,Toniquinho Batuqueiro,Mantega e de todos os sambistas de ontem e de hoje.

Primeira Experiência Missionária

Éramos doze, assim como os doze apóstolos de Cristo; Chegamos à creche São Judas que foi a nossa casa durante os quinze dias que ficamos em missão, cheios de expectativas e receios.

A creche ficava em uma rua sem luz ,fincada em uma comunidade carente de recursos sociais como tantas outras que fazem parte da realidade da cidade de São Paulo,marcada pela desigualdade social.Este era o quadro, o que fazer?

Começaram as visitas, muitos não abriram as suas portas, não tinham ou não queriam ter tempo para nos escutar... Desanimo!Perplexidade nos questionávamos... Pensávamos em estratégias.... Será que devemos mudar os horários das nossas visitas, que atividades lhe interessariam, como motivá-los? E as crianças, aos montes chegavam e às vezes nos enlouqueciam como trabalhar com elas?

Deus não tardou em nos dar respostas a partir das próprias crianças , nos dividíamos em grupos,enquanto uns ficavam com as crianças outros trabalhavam com jovens e adultos, elas nos ajudaram nas celebrações,teatro,participaram das adorações; Que alegria o dia em que o Douglas “doce e peralta” chegou a nossa porta ás 7h00 da manhã para participar da nossa adoração e disse que também queria se tornar missionário.
A experiência com as crianças da Mauro me marcou profundamente, pois aquelas sintetizaram o espírito missionário, como crianças devemos ter o coração aberto, disposto a aprender, partilhar e perdoar, ser criança é ser aprendiz, discípulo é estar sempre em formação, sempre aprendendo.

Pensávamos que iríamos dar, mas fomos nós que recebemos,recebemos amor, carinho, gestos singelos como o pão fresquinho que nos era dado toda manhã, a sobremesa do almoço, o café da manha oferecido por membros da comunidade, a pizza ofertada pelos “rapazes da Boca ”,foram tantos gestos de amor jogamos e recebemos sementes.

Reforçamos o nosso sentimento de pertença através do deles, quanto a isto vale a pena aqui relatar uma experiência muito significativa que tivemos com os jovens da comunidade: Combinamos de fazer uma “pegadinha” um quebra gelo antes da atividade que tínhamos programado com os jovens, a qual consistia em fingir que iríamos embora por causa da não participação das pessoas, falamos que estávamos desanimados e ficamos de mala e cuia na porta, reclamando da comunidade, fingindo esperar a perua para irmos embora; Ficou muito explicito o sentimento de pertença dos jovens estes começaram a defender a sua comunidade, dizendo que as coisas não eram bem assim, pediram para a gente ficar, queriam saber quem nos maltratou e disseram que todos estavam felizes pela nossa presença lá.
Já que falei de pertença à comunidade, não posso deixar de falar do exemplo da Regina, que recém operada não pode participar integralmente da missão, mas que com sua “teimosia missionária” ficou conosco partilhando,ensinando e nos animando, falando de sua experiência, ajudando a elaborar as atividades, o tempo todo alegre por estar em sua comunidade de origem e pela Missão Dehoniana Juvenil estar lá, eu ficava pensando para a Regina recém saída do hospital, com dores fazer questão de estar com a gente, deve se tratar de algo realmente muito especial.Durante o período da Missão,dia após dia eu também pude sentir e vivenciar o quanto é especial e necessária a MDJ.

Este é o relato de uma recém-missionária, que ficou na equipe de apoio, eu ia todos os dias a noite e nos finais de semana, lembro que ficava no meu trabalho inquieta contando as horas para chegar em “casa” orar e partilhar com os missionários e encontrar as pessoas da comunidade,me senti tão amada por todos,pelos de “casa” que cuidavam uns dos outros,que me motivaram e partilharam os desafios e alegrias do dia a dia,como os da comunidade que provocaram em mim a alegria e a necessidade de servir e aprender,de ver que como Igreja temos muito a fazer e que é no meio do povo que devemos estar.Nunca Cristo esteve para mim tão próximo,o vi em toda parte, no sacrário durante a adoração,nos missionários,nos membros da comunidade e dentro de mim.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Das motivações para este blog

As palavras começaram a transbordar, as idéias...
Da necessidade de comunicar o meu coração;
De ter mais tempo para "conversar" com os amigos;
De eu não ter medo de me expor,de escrever algo que desagrade e ter que defender um ponto de vista ou pensar em outra forma diferente de olhar;
De sair da comodidade do meu caderno;
Sema hipocrisia de que eu não me importo com o que você vai achar,mas com a coragem de mostrar quem eu sou pelo menos parte do que eu tenho consciência;
Esta aí o meu blog,que eu não seja poupada do seu olhar!